Senti a refrescante sensação das ondas geladas tocarem meus
pés tão delicadamente. Era irônico como o sol parecia estar bem acima da minha
cabeça e a água permanecer tão galada. Sempre foi assim. A água sempre molhava
meus pés, o sol corava meu rosto.
Eu amava o lugar, o silencio e o deserto. As folhas das
palmeiras distantes balançando com o vento forte que esvoaçava meu vestido de
tecido leve.
Eu me pergunto se eu devia mesmo ter voltado ao lugar em que
estou agora. Por um minuto, sinto que não deveria ter vindo. Não que estivesse
cansada de vir até aqui. Mas, sentia vergonha pelo que fiz tempos atrás. E toda
essa sensação antiga, fazia com que memórias reprimidas aflorassem a cada
milésimo de segundo.
Era um cenário similar. Porém, era fim de tarde e o céu
estava azul. Logo mudaria de cor, eu sabia. Eu conhecia cada grão de areia que
ficava preso aos meus cabelos, e o sabor da maresia era familiar para mim. As
ondas faziam seu som costumeiro, perdendo seu azul marinho para um cinza
prateado. Devia ser um lindo cenário, mas estava desfocado para mim. Aquela
tarde não foi tão admirada por mim como as muitas outras anteriores. Mas foi a
que eu mais pensei nos últimos anos.
Eu tinha 17 anos. Ele 18. Faria 19 nos próximos meses. Em
cada verão, minha família costumava ir para uma das casas de praia ali próximo.
Minha maior atração era o pôr-do-sol. Em seguida o céu ia escurecendo e, como
que percebendo isso, as estrelas começavam a brilhar para iluminá-lo outra vez.
“Era para que eu pudesse admirá-las por mais tempo, e não ir embora tão cedo”
que isso acontecia. Foi o que Nick me disse na primeira noite que o encontrei
lá. Eu estava sentada na areia. As noites anteriores haviam sido mais frias, e
especialmente nesta noite a lua voltara a brilhar. Então fiquei mais tempo. Ele
surgiu no silencio, e em pouco tempo dizia isso. “Não é verdade!” Brinquei e
então conversamos até tarde da noite.
Foi como o alinhamento de cada estrela que queimava no céu e
como se nós fôssemos o ponto final dessa linha. Voltamos a nos ver nas tardes
seguintes e isso durou todo o verão. Mas a ligação foi mais forte que uma
estação. Passávamos horas juntos. Ele me fazia rir e quando eu deitava para
dormir eu sempre me perguntava quem me destinou a sorte de conhecê-lo. Eu
sorria quando tentava pegar no sono lembrando ele, e esperava por um milagre a
cada vez que nos despedíamos. Não estávamos mais nessa praia, mas nos víamos
várias vezes na semana, nos falávamos todos os dias. E no inverno, no meu
ultimo ano da escola, no momento em que eu descia as escadas vi um olhar
conhecido. Um brilho que acelerou e descompassou todos os meus batimentos
cardíacos seguintes. Corri sentindo seus braços tomarem contam do meu corpo num
abraço e naquela mesma noite fria, eu senti seus lábios embriagantes pela
primeira vez. Como um vício na primeira dose eu queria sempre tê-los para
mim... todas as vezes em que ouvi “Eu te amo, Miley...”.
No verão seguinte voltamos aos nossos destinos marcados. Foi
o mesmo em que descobri a casa que ele ficava. Desta vez tinha vindo sozinho.
Tinha seus motivos, queria decidir a vida. Fui até lá. Ele tinha dois hobbies
no quais sempre falava. Encantei-me com cada traço de pintura, delicada, suave
e intrigante. Esse era um deles. Os quadros espalhados por uma das salas da
casa eram completamente diferentes, embora tivesse a característica de uma
mesma pessoa. Nick estava parado na porta e eu absorta na imaginação, no
significado, no sentimento que ele deveria ter ao pintar daquela forma. Eu
estava completamente encantada. Pensava em um “passatempo”, não em obras de
arte. Eu podia imaginá-lo passando o tempo naquela sala. Sujo de tinta, com
certeza. Ri ao imaginar como deveria ser uma cena digna de tirar o folego de
uma garota como eu. Sem camisa, um pincel apoiado entre os dentes enquanto
tentava sorrir e outro na mão com a mistura de cores tomando forma no quadro à
sua frente. O olhar crítico sobre a imagem formada em sua mente ou no seu
objeto de inspiração.
- Espero que essa expressão signifique algo bom. – Ele
brincou tímido ainda encostado na soleira da porta.
- Não sei o que dizer. Como nunca me mostrou isso? – Disse
fascinada.
- É relativo... o “nunca” acabou de perder o sentido.
E ele tinha razão. Eu nunca havia visto, mas estava vendo
agora. Parabenizei-o do meu jeito... apoiando meu corpo contra o dele e, num
sorriso infantil, beijando os lábios bem delineados que ele tinha. O sorriso
infantil desapareceu logo e eu sei que naquela noite eu estaria totalmente em
suas mãos, nas mãos do momento, nas mãos dos nossos corações que eu podia
sentir cada forte batida, cada respiração fora de controle e cada calafrio que
o toque dele me causava.
Eu gostava quando nossos dedos brincavam entre si, gostava
das nossas mãos coladas ao caminhar pela praia. Ele tinha mania de deixar os
olhos apenas entre abertos, me forçando a querer ver através deles. Tinha o
sorriso torto propositalmente. Todos gostavam dele na minha família, entre meus
amigos... Ele foi a melhor coisa que já me aconteceu, meu melhor imprevisto. E
eu o amava de uma forma inimaginável.
Nick vinha de uma família distante. O pai sempre estava
ocupado administrando uma grande empresa e Nick nunca o culpava por isso,
apesar se sentir a dor da falta. Eu não dizia, mas eu via essa dor naquele
olhar que eu conhecia tão bem, todas as vezes que tocava no assunto. Senti a
mesma dor ao ouvir que o pai tinha o desejo de que Nick o substituísse um dia.
Sim, eu queria o melhor para ele. Mas, eu também sabia que não era isso o que
ele queria. Ele gostava da natureza, das pinturas, das melodias do piano
instalado na sala de estar da casa na praia. Ele gostava de mim.
Sempre conversávamos sobre esse futuro... traçamos planos de
entrar juntos numa universidade, seja ela qual fosse, ou então fugiríamos sem
deixar recado... ou quem sabe eu deixasse. Casaríamos-nos às escondidas.
Passaríamos cada chuva torrencial na praia, mesmo que fizesse um frio
insuportável. Ríamos sempre que pensávamos na ideia boba e divertida.
Eu, criada numa família com boas condições, também nunca
encarei o futuro com tanta seriedade como minha família fazia. Eu queria seguir
meu coração e ele estava com Nick. E tudo sempre daria certo. Pelo menos, até o
primeiro desentendimento.
Minhas pernas já sentiam o cansaço causado pelo esforço de
correr pela areia fofa. As lágrimas rolavam do meu rosto e caíam em minhas mãos
antes que pudesse enxugá-las. Estava irritada. Nós já havíamos conversado
várias vezes sobre o assunto, e, embora nunca tivesse ficado totalmente claro,
eu sempre achei que concordávamos. Nick disse que iria resolver alguns assuntos
com o pai. Iria o mais rápido, logo que o dia amanhecesse. Ele não disse qual o
motivo da repentina viagem, depois de tanto tempo que já não tinha “assuntos a
resolver” com o pai. Esse foi o “imprevisto” que eu tanto amaldiçoei
mentalmente por tanto tempo.
- Miley! – Ele chamava correndo atrás de mim. Nunca havíamos
realmente discutido. Não havia motivos. Até aquele momento. Eu estava cansada
de tentar entender o porquê da viagem, entender se ele voltaria, e tentar
convencê-lo a não ir. Estava cansada e agora eu tinha aquelas lágrimas no
rosto.
- O que foi??!! Você não quer ficar aqui comigo? Por quê?
Porque não me explica nada?!!
- Eu já expliquei, meu pai precisa de mim agora, Miley!
- E eu? Não preciso? Nick... eu achei que você sempre tinha
concordado comigo em não ir. Mas lembrando bem, você nunca disse nada sobre
isso. Tudo porque você realmente queria se tornar um “Homem de negócios” como
seu pai!! – Eu soluçava. Estava à beira do mar e ele chegava perto.
- Eu não quero ser como ele!! Mas, ele é meu pai... tenho a
obrigação de ir já que ele precisa. Eu nem sei o que é ainda!
- E não consegue imaginar, eu suponho! – Fui duramente
irônica. - Você sabe o que seu pai sempre quis de você.
- Não vou deixar que ele mude meu pensamento. Miley... ele
não é tão incompreensível como você diz. E... eu prometo voltar logo.
- Então, me leva com você. – Falei firme.
- ...Não posso... Miley, você precisa entender.
- Nick... já entendi que você tem que ir. Mas, porque não
quer me levar junto? Nunca falou para o seu pai sobre mim? Sobre... nós? –
Minha voz sumiu aos poucos.
- Não é nada disso! Só acho que ele precisa de “ajuda”...
não de uma visita. Eu prometo que logo que tudo estiver bem eu volto e te levo
para conhecê-lo.
- Você está me deixando aqui, então?
- Nunca vou deixar você.
- Mas... Nick, só podemos ver um motivo de você precisar ir
com tanta urgência. Eu amo o garoto que conheci no verão passado, que gosta de
pintar, gosta de música e do som das ondas quebrando. – Minha voz soava como
uma súplica no desespero de uma mudança repentina. - E se ele for embora eu vou
entender que meu amor não é correspondido o suficiente... – Eu levantei os
olhos com a visão turva pelas lagrimas. Ainda assim pude ver seu rosto
empalidecer. Ele ficou imóvel, e eu podia ouvir minhas ultimas palavras ecoando
no espaço entre nós. Nick deu passos até mim e parou. Abraçou-me forte.
- Eu sempre vou te amar. Quer você entenda, quer não.
- Eu também. Mas, se você vai embora, só me resta fazer o
mesmo e esquecer todos os planos idiotas que fizemos.
Livrei-me de seu abraço com dificuldade. Ao correr para
longe, eu congelava meu coração e todo aquele sentimento. Doía, e até hoje não
entendo porque o deixei lá, petrificado. Guardei a sensação do seu ultimo
abraço e da água tocando meus pés... gelada também.
Não o vi por um longo tempo. Apesar disso eu quis voltar
antes mesmo de perdê-lo de vista. Mas fui firme o suficiente para pensar em mim
mesma. Resisti o suficiente para não atender nenhum telefonema, não responder
uma única carta.
“Eu sempre vou te amar...” era assim que ele terminava cada
uma delas e eu me obrigava por completar a frase mentalmente, de forma
automática. Na verdade, eu não as lia. Mas abria e lia as palavras finais...
revirando os olhos jogando a carta em qualquer lugar. Mas eu sentia falta. E
queria tê-lo de volta. Eu queria nunca ter gritado com ele, nunca ter corrido
dos seus braços. Mas, talvez isso devesse ter sido feito...
Rasguei nossas fotos. Apenas uma não consegui, e então
escondi no fundo do closet da casa de praia. Dificilmente eu voltaria a vê-la.
Mas, senti que me arrependeria se a rasgasse. Não sei por quê.
O que mais penso sobre aquela ultima tarde que o vi é “O que
teria acontecido se eu não o tivesse deixado?”. Ele teria voltado? Ou teria se
tornado o homem que eu nunca quis que ele se tornasse? Eu não sei. Mas eu
queria saber, e foi por isso que, depois de muito tempo atendi um telefonema.
No visor o nome dele aparecia com um alerta para não atender... desobedeci meu
próprio aviso.
- Alô... – Eu disse tímida e uma voz surpresa soou do outro
lado. Era suave, me fez fechar os olhos para ouvi-la no escuro dos meus
pensamentos.
- ... Miley??... Ah, me desculpa. Não esperava mais que você
fosse atender... mesmo. Então... como você está?
- Bem... muito bem.
- É bom ouvir sua voz. – De repente não tive resposta. Ou
tive.
- Digo o mesmo... – Falei tão baixo, quase num sussurro. Não
queria ser ouvida.
- Como disse?
- Nada! Não disse nada.
- Ok... escuta, me desculpa falar assim. Não pense mal de
mim. Na verdade, eu não devia ter falado, não sei se existe alguém “em
especial” que se incomodaria em me ouvir falando outra vez com você. Quer
dizer, eu não tenho notícias de você, meu Deus! – Ele disse atrapalhado e eu ri
silenciosamente do outro lado da linha. Assim como ele sempre me fazia rir.
Senti que ele percebeu.
- Na verdade... Nick, eu quero te ver. Amanhã, no fim da
tarde, no por do sol. No meu lugar favorito.
- ...tudo bem. Mal posso esperar.
Desliguei sem me despedir. Eu queria continuar aqueles
minutos na tarde seguinte. No “nosso” lugar favorito. Não era só meu. Era dele
também. Mas eu não sabia, muita coisa poderia ter mudado.
E é por isso que hoje estou bem aqui. No mesmo lugar que o
deixei anos atrás. Cheguei cedo, por isso, agora eu que estou sozinha nesse
lugar. Já não é mais tão cedo, já passou da hora e eu continuo aqui sozinha. O
sol está terminando de se pôr. Talvez Nick não aparecesse. Talvez só
continuasse me ligando por pensar que eu nunca atenderia mesmo. Mas, ninguém
faz isso. E é por isso continuo a esperar.
Eu não queria sair sozinha depois do sol desaparecer. Ele
não viria. Não o culpo por me deixar aqui. Eu fiz isso. Deve ter motivos, assim
como eu tive os meus. Então levantei e, como uma vez o vi fazendo e até achei
graça, acenei para aquele pôr-do-sol laranja refletido no mar.
- Daqui a pouco as estrelas começam a brilhar, por que está
indo embora tão cedo? – Ouvi a voz atrás de mim e virei subitamente, assustada.
Ele continuou dramatizando, divertido. – O espetáculo mal começou!
- Ah... aprendi isso com você. – Falei sem jeito apontando
para a mão que usei para acenar, a mesma que deixei suspensa no ar enquanto me
virei.
- Não sabia que se lembrava disso. – Sorri tímida. Os
cabelos dele estavam bagunçados novamente pelo vento e os olhos semiabertos com
o sorriso de canto de boca.
- Pensei que não viria.
- Oh, desculpe! O carro quebrou no caminho, tive que chamar
um cara para consertar enquanto eu vinha correndo pra cá. – Ri sem conseguir
esconder.
- Veio correndo?
- Não poderia deixar você ir embora mais uma vez. Não antes
de saber como está.
- Bem. Bem melhor. –
“...agora” eu quis completar. – E você?
- Na mesma. Meu irmão mais novo continua ruim de saúde e
meus pais são inconsoláveis. Mas, uma hora tudo isso vai acabar...
- O que seu irmão tem? – De súbito, percebi que eu deveria
saber. – Desculpe... não li as cartas. Deveria
ter lido.
Nick não queria direcionar para este rumo a conversa. Mas eu
insisti. Já havia visto o irmão mais novo por foto e eles se pareciam muito.
Queria tê-lo conhecido. Aos 7 anos foi diagnosticado com leucemia. Nick e ele
eram muito apegados mesmo quando estavam longe. E quando Nick foi embora... era
por ele. Ele não voltou logo, queria ficar com o irmão que não percebia o quão
rápido sua vida chegava ao fim. Como um fio perto de romper. Nick talvez fosse
a força que o mantinha feliz apesar de tudo o que devia sentir. Entendi isso
por si só. Nick não falou sobre si mesmo, mas disse que agora estava realmente
chegando ao fim do sofrimento... um garotinho ainda que mal tinha forças mais
para falar na maioria dos dias, mas que lutava para manter os olhos abertos
enquanto fosse possível.
Ouvi tudo calada. Não pude entender como fui egoísta em ter
me preocupado apenas comigo. Não li cartas, não atendi telefonemas e Nick,
principalmente ele, deveria estar levando tudo isso sozinho. Isso porque eu o
deixei sozinho. Lágrimas saíram dos meus olhos e eu tentei ser discreta.
- Ei, não precisa chorar. Você deveria ver como ele é
otimista. – Disse animado e eu tentei sorrir. – Ele queria muito te conhecer.
- A mim?
- Sim... desculpe, mas sempre falo de você e ele já me viu
tentar ligar. Ele te viu por foto e disse que você era muito bonita. – Achei
graça e ele continuou em tom animado. – Na verdade, eu fiquei com ciúme.
- Eu quero conhece-lo, Nick.
- Eu não vim aqui te obrigar a fazer isso...
- Eu realmente quero se não for atrapalhar você em nada.
- Não, não vai.
Ele quebrou o silencio e conversamos até tarde da noite.
Esclarecemos coisas passadas, eu estava pronta para recomeçar. Nossos olhares
colidiram no mesmo ponto. E foi como se nunca tivéssemos nos separado.
Dois dias depois estávamos a caminho do hospital que Frankie estava internado. Era um hospital que atendia a classe alta e muitas portas
eram de vidro, dando um ar moderno. Era calmo. Nick arrastou uma das portas e
eu o vi deitado em uma cama. A enfermeira saiu e nos deixou à sós.
- Oi Franckyy...! – Cantarolei baixinho pegando a mão dele.
Seus olhos se voltaram para mim e tinham o mesmo brilho doce dos de Nick. Foi
como vê-lo em outra pessoa.
- E aí, garotão! Tudo bem? Sabe quem é essa? – Vi um sorriso
contrastar com o rosto.
- My...? – Não conseguiu terminar.
- É... My! Sou eu sim. Queria muito conhecer você. Sabia que
o Nick fala muito de você? – Ele riu.
Era pequeno, estava magro e extremamente pálido. Tinha como
que hematomas espalhados pelo corpo. Mas os olhos ainda estavam vivos. Falava
pouco, mas parecia melhor que nos outros dias, segundo Nick havia me falado.
Mas parecia tão frágil.
Tentei sorrir e anima-lo, mas não era algo fácil ser mais
otimista que ele próprio. Era uma criança. Era completamente amável e
cativante. Vê-lo sorrir me fez querer fazer parte disso, em fazer tudo e o
impossível para que ele ficasse bem. Nick também queria fazer isso. De forma
involuntária entrelacei minha mão com a de Nick. Eu estava insegura, mas
determinada. Ele estava calmo, já devia estar bem acostumado com tudo. Inclinei
o pescoço e sorri olhando em seus olhos e, embora parecesse confuso, tentamos
ser discretos na frente de Frankie. Não separei nossas mãos até irmos embora.
- Até agora não sei se vou ter problemas com isso. – Ele
falou divertido ao levantar nossas mãos ao chegarmos ao estacionamento.
- Não vai... ninguém tomou seu lugar. A menos... a menos que
alguém tenha conseguido o meu... – Fiquei apreensiva. Ainda não tínhamos falado
sobre nosso presente de forma tão clara. E se... ele focou meus olhos bem
perto.
- Não, seria impossível.
Aproximei meu rosto do dele e, como nunca mais havia
sentido, a mão dele segurou minha nuca e nossos lábios se tocaram.
- Miley... você não precisa fazer isso só por causa de tudo
o que está acontecendo por aqui.
- Não é por isso. Eu... senti sua falta, Nick. De verdade.
Os dias seguintes foram melhores. Numa manhã Frankie praticamente dava gargalhadas enquanto conversava com o pai. Eu e Nick dividimos
nosso tempo, mas ficávamos cada vez mais juntos. Até que aquela foi a última manhã em que
Frankie apresentou melhoras. Durante a mesma noite seu estado de saúde piorou.
Era tenso, estávamos todos no hospital para o que fosse preciso. Mas, Frankie não
precisou de mais nada. Não resistiu a mais um dia.
O médico não sabia o que dizer, mas as imagens ainda
repassam em câmera lenta na minha cabeça. Nick tentando ser forte ao abraçar a
mãe que chorava descontroladamente. Afastei-o ficando com ela enquanto ele
falava com o pai que parecia não querer acreditar no que acontecia.
Diferente de outros dias tristes, este era mais um dia de
sol. Nick tinha um olhar distante, já havia chorado apenas na minha frente.
Depois de todas as formalidades ele pediu para irmos para outro lugar. Não
questionei a atitude dele, e então fomos, no carro, até a casa de praia dele. O
tempo passava de forma vazia, então não percebemos o quanto levamos para
chegar.
Aqui, sentados na areia sinto que falta alguma coisa. Mas, depois
de todas as perdas ainda estamos aqui sentados juntos. É como se algo estivesse
mais forte. Encosto minha cabeça no ombro dele e ficamos apenas admirando o
mar.
- Obrigada por ter ficado todo esse tempo.
- Não tem que agradecer, Nick... eu ficaria muito mais com
seus pais, com você... com o Frankie.
- Não vai mais precisar ficar com ele.
- Ele era incrível, não era?
- Sim, era. Eu disse que teria ciúmes dele. – Disse rindo
sem vontade.
- Sabe a primeira coisa que me chamou atenção nele? – Nick
negou, me encarando de lado.
- Vocês tem o mesmo olhar. E acho que essa é exatamente
minha fraqueza. Posso vê-lo agora através dos seus olhos. Vocês sempre terão
essa ligação.
- Você o vê?
- Sim. E... eu acho que apesar de tudo foi ele que fez com
que ficássemos juntos outra vez. Quer dizer... ele queria me conhecer, não era?
- Tem razão... ele nunca soube que um de nós havia ido
embora.
- Não precisava saber. Estamos aqui agora, não estamos?
- Eu sempre perco quem eu mais amo.
- Nem sempre, Nick.
- Já aconteceu com você? – Sabíamos que falávamos de nós mesmos, de forma indireta.
- Nem sempre, Nick.
- Já aconteceu com você? – Sabíamos que falávamos de nós mesmos, de forma indireta.
- Quase.
Era totalmente compreensível e não usamos mais palavras. Era
suficiente para entendermos que ainda tínhamos um ao outro. Quem sabe, daqui a
muitos anos ainda estaríamos aqui, neste mesmo lugar. Ele ainda acha que em
algum momento me perdeu. Mas continua enganado quanto a isso. Eu não poderia
ter tomado de volta meu coração se já o tinha dado completamente a alguém. Na
primeira noite que o vi eu não o esperava, mas talvez estivesse preparada para
o “imprevisto.” E como eu sei disso? Eu sempre o amaria, quer ele entendesse,
quer não.
Miley
9 comentários:
Muito perfeita essa One, de verdade vc continua sendo uma escritora tao marcante, sou uma grande fã sua!
Bjos
omg perfeitoo !! sabe eu amo historias romanticas e de todas que ja li essa é a melhor !!!!
posta logo
xoxo
Incrível, realmente, chorei com a morte de Frankie.
Foi uma história bem... interessante.
xoxoxoxo =)
Posta logo.
http://everwaitingforyou.blogspot.com.br/2012/03/tag-da-linda-da-luiza.html
TAAAAG!!
OBS: AMEI A HISTÓRIIIA!!
bjbj
HEYYYY...
TIPO VERGONHA VIIM AQUI
HAUSHAUSHUAS'
Enfim... eu finalmente terminei de lê o Ever s2 Niley
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
BATEM PALMAS
Ta parey
Cara o final ficou emocionante
EU CHOREI, nem liga que eu to de TPM e com TPM eu sou instavel enfim... haushashaushas'
CARA E ESSA SUA HISTÒRIA AQUI< LINDA, LINDA, LINDA de maaaaaiiisss
TAO emocionante em todos os sentidos, doeu ve o sofrimeno de tosa familia, doi mais ve isso do que a morte, porque sabemos que com a morte a pessoa descansa em paz :D
Não vejo a hora da próxima história
Espero que não demore :)
E desculpe de verdade essa vergonhosa demora *_*
I HATE ME haushuahsuahsu'
Beijos
Peace&Love
adorei..realmente muito linda a historia. Mal posso esperar a proxima historia.
posta logo please.
Beijinhos.
LUA OMG OMG OMG QE SDDS POXA CARA EU NAU ACREDITO, COMO SINTO TUA FALTA MANO, AI CARA AGENT SE CONHECE A 3 ANOS E PUTX VÉI QE SDDS K AA SOU EU A PAULINHA OMG, DPS TER SUMIDO MAIS VC TBM SUMIO EM K AI VÉI TO QUASE CHORANDO DE FELICIDADES DE SABER DA SUA EXISTENCIA
Ooooi! Aqui é a Cáh do Doctor, lembra? Só passei pra dizer que o blog ta aberto novamente (vi um comentário seu falando sobre hehe) e que lembro de você, mas meu msn foi rackeado e eu tive que criar outro... :/ De qualquer forma, adiciona o novo cahmasen@hotmail.com. Beeeeijos! xx
AAAAAAAAAAAAh eu já li essa!
Mas ainda não tinha comentado!
è perfeita, eu adoro vc NILEY amiga, é tão espontaneo, fofo e romantico ^^
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